Casino Royale

Sao Paulo SP

Fui convocado pela revista Bravo para escrever um ensaio sobre o impacto do mito James Bond em nossa época. Não é uma tarefa nada fácil. Como eu sou cria desse mito eu sei o quanto ele é importante e marcante.

Aproveitei a chance para voltar ao mesmo tempo ao passado e ao futuro. Estou relendo Casino Royale, o romance que deu origem a tudo em 1953 - o ano em que eu nasci. Casino Royale é também o próximo filme da série (estréia em janeiro) , já com o novo ator escalado para o papel de duplo-zero-sete, Daniel Craig.

O filme ainda não está aqui, e quando estiver eu como sempre estarei presente no dia de estréia. Mais que assistir um filme, é um ritual que me acompanha desde 1963. Por enquanto estou me divertindo com o livro.

O James Bond do livro tem apenas alguns dos elementos desenvolvidos depois. Sua visão de mundo é a do mundo da década de 1950. Certas declarações causariam arrepios hoje. ("Por que diabo não podiam elas ficar em casa cuidando das panelas, contentando-se em falar de roupas e em fazer mexericos, deixando o trabalho dos homens para ser feito pelos próprios homens?").

Bond passa metade do livro sem dar um único tiro nem um único soco. Para escapar de um pistoleiro, não se envergonha de levar um tombaço na mesa do Cassino, com um monte de gente assistindo. Mas a base do mito está lá: um sujeito durão, corajoso, coordenando suas conquistas de mulheres com a salvação do mundo.

Comentários

Postagens mais visitadas