Eu e os Maluf


Em 1984 fiz parte da redação do jornal Brasil Extra. Eu me entusiasmei com o projeto (chefiado por Mylton Severiano) , que pretendia revolucionar alguns velhos conceitos de jornalismo com altas doses de liberdade e criatividade. Fui escalado para fazer um grande perfil pessoal de Paulo Maluf. Propus que a matéria jogasse dados crus sobre o retratado para o leitor, que deveria tirar suas próprias conclusões. Jornalismo sem manipulação ideológica.

Como jornalismo, foi uma bela experiência, que incluiu conhecer a intimidade da família Maluf num almoço de aniversário retratado aí em cima. Mas para a ala "militante", a realidade mostrada deveria ter sido substituida por um panfleto esquerdista. A ala "profissional" garantiu que a matéria saísse como eu a tinha escrito, e ainda virasse capa do primeiro número. Com o primeiro número nas bancas, os "militantes" deram um golpe (chefiado pela própria dona do jornal) demitindo sumariamente todos os "profissionais" (inclusive eu). Brasil Extra durou só mais um número. Vinte anos depois meu chefe se tornaria meu sogro.

Comentários

Milton disse…
Coisas desse tipo não tem como durar muito aqui no Brasil!
Já pensou, você fazendo uma matéria "crua" sobre os Sarney???
Na foto, acima da palavra VAMOS, é o Caco Barcellos?

Abraço!
Dagomir Marquezi disse…
Exatamente, o Caco Barcelos. Alguns dos retratados, pela ordem, a partir lá de cima: Juca Martins, Jean-Michel Gauvin, Mylton Severiano, Alberto Villas, Luisa Oliveira, Luiz Gê, Edenilton Lampião, Caco Barcelos e uma série de primeiros nomes cujos sobrenomes eu esqueci.

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