O crepúsculo da Era do Papel



Sabe como eu lia a mais prestigiada revista de notícias do mundo, a Economist, até ontem? Na quinta, conhecia a capa e o menu pela internet. Na sexta, sabia que a edição de papel estava sendo distribuída pela Europa. Na segunda ela geralmente estava em algumas bancas maiores e livrarias de São Paulo. Eu ia quando pudesse até o ponto de venda, pagava algo como uns 25 reais (14 dólares). Botava na mochila uma revista já envelhecida com preço de livro. Quando acabava de ler, jogava fora.


Desde ontem o jogo mudou. Como sempre, conheci a capa da nova edição ainda na quinta. Na madrugada de sexta, quase de manhã, eu presenciei o momento em que algum webmaster em Londres colocou a nova edição online. Cinco segundos depois eu apertei o botão e pedi o download por 5 dólares (9 Reais). Mais 50 segundos e a edição estava no meu iPad. (Ela inclui toda a revista em áudio). Comecei a ler antes que os leitores europeus chegassem às bancas com seus cartões de crédito. E vou poder colecionar minhas edições na memória. 


Eu sei, tem o cheirinho do papel, a sensação tátil, a lembrança afetiva do primeiro livro, os hábitos desenvolvidos durante décadas... Só não tem lógica. 

Comentários

Ainda prefiro o papel, mas estou louco para arrumar um iPad simplesmente para poder ler revistas que ou não estão disponíveis por aqui ou custam uma baba quando estão. Apesar disso, tenho medo: vou acabar gastando ainda mais com revistas do que hoje...
Dagomir Marquezi disse…
Alexandre: eu sei do que você está falando. Nesses primeiros dias já comprei mais do que deveria. Mesmo assim a diferença de preço é tão grande que o iPad vai acabar dando lucro. É um caminho sem volta...

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