Europa de Trem 2010 - Capítulo 8


Copenhagen - Amsterdam


No início do dia 24 de fevereiro atravessei o meio quarteirão que separava meu hotel da estação central de trens de Copenhagen. Em seguida, atravessei dois países a bordo do mais moderno trem da Europa - o ICE, que significa Inter City Express. O trem da empresa alemã DB é o mais arejado, mais high-tech, mais bem resolvido em simplicidade e conforto. Para melhorar as coisas, o trem estava bem vazio. Pelos monitores eu acompanhava cada passo e a velocidade (que não passava dos 180 km/h). A viagem começou muito bem, mas este seria o dia mais difícil da jornada.



O ICE seguiu rumo sul cruzando o território dinamarquês. Até chegar à estação Rodby Faerge. Ali aconteceu uma daquelas coisas que deixam a nós, brasileiros completamente espantados. O ICE entrou inteirinho dentro de uma balsa e lá estacionou no interior de um túnel. Os passageiros foram então convidados a desembarcar. 


Seguimos por uma escada até o salão da balsa. Ali existem dois grandes restaurantes, uma livraria e um supermercado. Tem também o deck da balsa, onde podemos curtir o movimento de balsas e barcos cruzando o Mar Báltico. "Curtir" é modo de dizer - o frio ao ar livre era insuportável.


Menos de uma hora depois, a balsa ancora em Fehmarn, já em território alemão. Nos acomodamos no trem de novo, que sai da balsa e segue para Hamburgo. E para o choque de realidade. Depois do conforto e modernidade do ICE, sem sair da estação entro num trem comum, lotado, meio caidaço e não muito organizado. Vou até Onnasbrück, onde desço de novo e pego outro trem que me leva até o território holandês, onde já de noite me transfiro para um quarto trem. Foi um dia difícil, arrastando a mala de um lado para outro, com tempo para um sanduiche aqui e um snack ali. E finalmente chego à minha amada Amsterdam.


Fotos (c) Dagomir Marquezi 2010
O autor viajou a serviço do Guia Europa de Trem, da editora Abril. Apoio: Bergamo Turismo e Eurailpass

Comentários

Ontem à noite acabou a luz em casa, e, à luz de velas, peguei o especial da V&T para ler, que está, junto com dezenas de outras revistas e alguns livros, na minha mesinha de cabeceira há meses. E eu tinha lido a parte sobre a balsa e fiquei curioso. Coincidência você tocar no assunto logo hoje, embora eu esteja curioso para ver mais fotos. Você tem?
Dagomir Marquezi disse…
Alexandre: não tenho muitas, mas vou dar uma procurada e te mando. Esse lance da balsa é um primor de tecnologia de transportes.

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