Outros tempos
Meu amigo Alberto Villas postou essa foto no Facebook. É uma grande lembrança da equipe que criou o Caderno 2 do jornal O Estado de São Paulo em Abril de 1986. (Eu estou na "linha de frente" da foto, com o Rene Decol, o Moacir Amancio e o Alvaro Moya). Foi a experiência mais livre em toda minha carreira de jornalismo. A gente inventava o que quisesse, o diretor Luis Fernando Emediato garantia (com ajuda do Villas). Grandes amigos e amigas do passado estão nessa imagem - Alexandre Bressan, Eduardo Martins, Jean Michel Gauvin, Sergio Fujiwara, Luisa de Oliveira, Leonor Amarante, Federico Mengozzi, Vivien Lando, Caio Fernando Abreu, Luciano Ornellas e tantos outros e outras. Foi um breve momento de criatividade neste oceano de mesmice.
Comentários
Eu como simples leitor atesto e dou fé. Para mim também soava como uma experiencia das mais livres que já pude ver. Guardei muita coisa do Caderno 2...tenho pilhas aqui em casa.
ab
joão antonio
O que ficou para mim é que o CADERnO 2 era um jornal dentro de um jornal, com toda a liberdade possivel.Não se comportava como um suplemento diário dentro do Estadão, tinha vida própria. Suas edições eram numeradas, tinha seção de cartas(valorizadissima), seção de quadrinhos, folhetins e cronicas. Também cobria os eventos culturais como qualquer caderno de jornal, mas com mais competencia e criatividade.Ele assimilou toda as grandes invenções da imprensa cultural e alternativa, tanto daqui como de fora.Para mim era como se fosse destes suplementos culturais semanais, colecionáveis, a diferança é que saía todo dia. Lembro da ousadia de publicar um depoimento do Glauco Mattoso em página inteira(capa), de um poeta que só agora começa a sair da era maldita.A ilustração era um cara lambendo um tenis se bem me lembro.
ab
joão antonio
Uma caracteristica que eu achava super bacana do Caderno 2 eram as capas bem transadas, como se fossem capas de uma revista mesmo. Mesmo que tivesse uma matéria embutida nela, mesmo assim era diagramada para ter o efeito de um poster ou de uma capa de revista. Tanto é que muitas delas ganharam premios e mais premios, como aquela do Batman Dark do Frank Miller, que estava sendo lançado. Outra coisa importante é que o Caderno 2 também fazia a critica sistematica de quadrinhos e cultura pop, como seriados , novelas e até música sertaneja.Até Roberto Carlos ganhava entrevistas, e olha que naquele tempo RB aparecia só em revistas popularescas.
ab
joão antonio