Outros tempos


Meu amigo Alberto Villas postou essa foto no Facebook. É uma grande lembrança da equipe que criou o Caderno 2 do jornal O Estado de São Paulo em Abril de 1986. (Eu estou na "linha de frente" da foto, com o Rene Decol, o Moacir Amancio e o Alvaro Moya). Foi a experiência mais livre em toda minha carreira de jornalismo. A gente inventava o que quisesse, o diretor Luis Fernando Emediato garantia (com ajuda do Villas). Grandes amigos e amigas do passado estão nessa imagem - Alexandre Bressan, Eduardo Martins, Jean Michel Gauvin, Sergio Fujiwara, Luisa de Oliveira, Leonor Amarante, Federico Mengozzi, Vivien Lando, Caio Fernando Abreu, Luciano Ornellas e tantos outros e outras. Foi um breve momento de criatividade neste oceano de mesmice.

Comentários

Pedro del Valle disse…
Que computadores legais! Parece o Apple II de 1977.
Anônimo disse…
Dagomir
Eu como simples leitor atesto e dou fé. Para mim também soava como uma experiencia das mais livres que já pude ver. Guardei muita coisa do Caderno 2...tenho pilhas aqui em casa.
ab
joão antonio
Dagomir Marquezi disse…
Pedrão: super high-tech hein?
Dagomir Marquezi disse…
João: seu depoimento como um dos caras que mais entendem da imprensa brasileira é valioso.
Anônimo disse…
Dagomir
O que ficou para mim é que o CADERnO 2 era um jornal dentro de um jornal, com toda a liberdade possivel.Não se comportava como um suplemento diário dentro do Estadão, tinha vida própria. Suas edições eram numeradas, tinha seção de cartas(valorizadissima), seção de quadrinhos, folhetins e cronicas. Também cobria os eventos culturais como qualquer caderno de jornal, mas com mais competencia e criatividade.Ele assimilou toda as grandes invenções da imprensa cultural e alternativa, tanto daqui como de fora.Para mim era como se fosse destes suplementos culturais semanais, colecionáveis, a diferança é que saía todo dia. Lembro da ousadia de publicar um depoimento do Glauco Mattoso em página inteira(capa), de um poeta que só agora começa a sair da era maldita.A ilustração era um cara lambendo um tenis se bem me lembro.
ab
joão antonio
Eu lembro que naquela época eu sempre procurava os quadrinhos do Estadão (limitados a tiras como "Eu e a Vida" ou coisa parecida e outras três ou quatro), e para achá-los eu via na capa em qual página encontrava-se a previsão do tempo, já que os quadrinhos estavam sempre junto. No dia que lançaram o Caderno 2 eu vi em qual página estaria a previsão do tempo e... não achei os quadrinhos. Do alto dos meus nove ou dez anos de idade, fui perguntar para o meu pai, e aí ele me explicou sobre o Caderno 2, onde não achei mais as tiras a que eu estava acostumado, mas, por outro lado, achei outras muito melhores, como "Calvin" e "O Condomínio". E ainda me lembro da música que tocava nos anúncios do novo caderno na TV: "O Estado de São Paaaaaaulooooo... deu no Caderno Dooooooois."
Dagomir Marquezi disse…
Falou tudo, J.A. Infelizmente a experiência foi encerrada para que o Caderno 2 passasse a ser mais um clone da Folha Ilustrada.
Dagomir Marquezi disse…
Alexandre: tinha ainda uma série em quadrinhos meio obscura do grande Luis Gê chamada "Presidente Reis".
Havia várias, bem mais que no original. E, curioso, não mantiveram uma única, talvez para simbolizar uma quebra total com o modelo anterior. Não que eu achasse as antigas espetaculares, claro.
Anônimo disse…
dAGOMIR
Uma caracteristica que eu achava super bacana do Caderno 2 eram as capas bem transadas, como se fossem capas de uma revista mesmo. Mesmo que tivesse uma matéria embutida nela, mesmo assim era diagramada para ter o efeito de um poster ou de uma capa de revista. Tanto é que muitas delas ganharam premios e mais premios, como aquela do Batman Dark do Frank Miller, que estava sendo lançado. Outra coisa importante é que o Caderno 2 também fazia a critica sistematica de quadrinhos e cultura pop, como seriados , novelas e até música sertaneja.Até Roberto Carlos ganhava entrevistas, e olha que naquele tempo RB aparecia só em revistas popularescas.
ab
joão antonio
Dagomir Marquezi disse…
Eu curti muito a capa com minha entrevista com o James Brown.

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