2011: a última assinatura de papel




Desde criancinha fui um leitor esfomeado. Eu nunca economizei dinheiro em livros, revistas e jornais. Já assinei muitas publicações na vida. Conheço a emoção de ser avisado pelo porteiro que o carteiro trouxe a última edição de qualquer revista. Mas com o tempo fui cortando minhas assinaturas em papel. Até que sobrou apenas uma, a Newsweek. Recentemente as Newsweek pararam de chegar. Por causa de uma greve nos Correios. Durante meses sindicalistas decidiram que eu não iria receber a revista pela qual havia pago adiantado. Um dia a tal greve acabou. E de repente apareceu uma pilha de Newsweeks acumuladas pelas semanas de paralisação. Chegaram velhas.


Foi minha última assinatura de papel. Hoje eu assino a Newsweek para o iPad por um preço quatro vezes menor que o da assinatura convencional. No momento em que ela é lançada, chega aos meus olhos, sem gastar combustível, sem contaminar o meio-ambiente, sem atraso, sem intermediários, sem greves nem operações tartaruga.


Pelo preço de uma assinatura em papel eu tenho a Newsweek, a Economist, o New York Times e faço um mix de fontes noticiosas nacionais e internacionais via RSS e sites. Carrego tudo isso e também uma biblioteca crescente nos circuitos de um iPad. Meu jornal se atualiza automaticamente cada vez que é aberto.


Agradeço toda a cultura e informação que o papel-com-tinta me proporcionou. E sigo em frente.


Comentários

Ainda não dispenso certas leituras em papel. O jornal do dia, por exemplo. Ou as revistas da Abril de que gosto, cujo exemplar avulso no iPad é mais caro que o exemplar avulso na banca (!). Mas as revistas que não posso obter aqui com facilidade... ah, estas agora estão no iPad, adquirido exatamente com essa finalidade.

A Wired, por exemplo, que até chega aqui cedo, não só nas bancas como para assinantes. Mas a vantagem financeira da edição para o iPad é inegável. Eu pagava R$ 19,95 (ou mais; dependia da distribuidora) para comprar uma Wired nas bancas daqui. Ou US$ 70 para uma assinatura anual recebendo aqui. Agora, paguei US$ 19,90 pela assinatura anual da edição do iPad via Newsstand. Uma bela economia, mas não a maior.

A Sports Illustrated, que não vem mais para o Brasil, quando vinha, coisa de cinco, seis anos atrás, custava R$ 24,50. Hoje certamente custaria mais. E ela é semanal. Agora recebo todas as semanas por módicos US$ 29, que paguei pela assinatura anual (56 edições). A única pegadinha aqui é que não existe uma assinatura para o iPad. Você precisa assinar a edição impressa para ganhar acesso às edições do iPad sem precisar pagar US$ 4,99 por edição (ainda assim, mais barato que as revistas nacionais). O que fiz? Mandei a assinatura da edição impressa para a casa de um amigo na Califórnia e só falei: "Divirta-se!"

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