Amigo 1: Chucky


Dediquei meu novo livro Eu Sou Animal (com lançamento em breve) a alguns "amigos e amigas", todos peludos. Um deles foi o Chucky. Há 20 anos atrás eu morava com meu filho, o Icaro e tinha menos noção das coisas do que tenho agora. Um dia entrei na pet shop de um shopping, conheci um hamster machinho e simpático e o levei para casa. Achei que dando a ele a melhor casa, a melhor comida e a melhor serragem, tudo estaria bem.

Chucky foi um prisioneiro infeliz naquela mansão de acrílico transparente. Tinha 2 andares de quartos e rampas, mas nunca relaxou. Parecia sempre assustado. Não corria na rodinha como todo hamster costuma fazer. 

Por umas três vezes escapou da casinha. Numa delas levou um tombo e apagou por alguns segundos. Morreu durante uma das madrugadas e foi enterrado no jardim da casa onde morava Eveline, a mãe do Icaro. A casa foi demolida, e um prédio residencial se ergueu sobre o cadáver de Chucky.

Mas ele teve um dia de glória. A dona da pet shop disse que queria engravidar uma fêmea, e pediu o Chucky "emprestado" por uma noite. No dia seguinte fiquei sabendo que rolou uma excelente química entre os dois e que o sexo rolou caliente madrugada adentro. Quando busquei o Chucky no dia seguinte ele estava visivelmente feliz. 

Comentários

Só de curioso: onde ficava a casa?
Dagomir Marquezi disse…
Ficava na rua Caiowaa, Perdizes, em São Paulo. Por ali ainda existem muitas casas para serem derrubadas...
Mylton Severiano disse…
Esse bichinho segundo as religiões terá alminha? Qdo o bichinho morre, pra onde vai a alminha?

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