Memória 1977: a dura luta contra o imperialismo de Patópolis


No meio da década de 1970 eu estava envolvido até o pescoço com a revista em quadrinhos Boca. Era uma revista "alternativa" produzida por estudantes (e um professor) de São Paulo. Eu não me contentava em ajudar a produzir a revista. Virei militante-patrulheiro-chato da nacionalização dos quadrinhos brasileiros, numa inglória luta contra "inimigos imperialistas", como a Disney. 

Essa foto mostra um dos momentos dessa "luta": produtores, artistas e intelectuais discutindo a realidade da HQ nacional. Da esquerda para a direita: o primeiro, de barba, é o desenhista Franco. Ao fundo, de vestido branco, a professora da USP Sonia Bibe Luyten. Em seguida vêm os representantes da Boca: Lu Gomes, eu, Stella Mattoso e Flávio Del Carlo. Falando com os óculos nas mãos está o artista plástico Zélio Alves Pinto. Depois dele, de costas, (tenho quase certeza) está o desenhista JAL. Era muito divertido encontrar esse pessoal nas muitas reuniões e debates dessa época.

A foto foi tirada numa das muitas reuniões "da causa", nesse dia de 1977 no SESC Vila Mariana de São Paulo.

Comentários

Anônimo disse…
Que delícia!!!! beijos Stella
Unknown disse…
Dagô, lembro que nos conhecemos nessa época, e que a Abril recusou o projeto de tiras sequenciais do Detetive Castro, que enviamos para eles, por causa dessa militancia anti-Disney.
Dagomir Marquezi disse…
Pois é, Jo... Hoje eu compreendo a posição deles. Eu era um chato de galocha.
Olá dagô,

na verdade essa reunião aconteceu em um evento que organizei nos anos 70 no SESC Interlagos. Discutimos sobre a organização da classe dos desenhistas. O evento, minha primeira organização de uma exposição de quadrinhos e animação coletiva, ocupou os 3 andares do SESC Interlagos ( na época o nome era SESC Campestre).

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