O extermínio dos ônibus

 

Aprendi a amar os ônibus desde criança. Eles me levavam até a escola, até o trabalho, até cidades distantes ou esquinas depois. Eles sempre foram um bom lugar de leitura. Passei também péssimos momentos dentro deles, pendurado numa barra de ferro, sacolejando e correndo perigo de vida nas mãos de motoristas alucinados. Mas os ônibus não têm culpa do jeito criminoso como os transportes coletivos são tratados no Brasil.

Quem me conhece sabe que minha paixão maior são os trens de passageiros. Mas num país onde os trens foram aniquilados e os metrôs enfrentam tantas dificuldades, os heróis do dia a dia são os ônibus. Minha simpatia por eles é enorme. Juro que um busão com um belo design me entusiasma mais que qualquer Ferrari. Isso está no meu coração. Os sites homenageando ônibus são a prova que não estou sozinho.

Por todas essas razões me dói ver que o Brasil se transformou num crematório de ônibus. Considero um crime cada vez que um peão de bandido, um psicopata extremista mascarado ou um sindicalista de miolo mole apedreja e incendeia um único ônibus pelas ruas das cidades. Existe uma guerra obscura contra o transporte coletivo no Brasil. Os inimigos estão vencendo.

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