Filme cult # 1: Privilégio (1967)


Perdi a conta de quantas vezes assisti Privilege quando o filme britânico foi lançado nos circuitos "alternativos" em 1967. Sua figura central era um cantor pop, Steve Shorter (Paul Jones), manipulado para render muito dinheiro e manter a juventude conformada. Nunca consegui comprar esse filme em VHS, DVD ou Bluray. Ele sempre foi uma vaga lembrança.

Agora descubro que ele está na íntegra no YouTube. E eu pude voltar ao escurinho do cine Bijou para ser enfeitiçado por essa fantasia de novo. Visto 47 anos depois, Privilege mostra que é um apenas um panfletão contra "o sistema". O protagonista passa o tempo todo se sentindo mal, cercado por empresários cruéis, manipuladores políticos e a elite da igreja católica.

Embora não possa ser levado a sério nos dias de hoje, Privilégio tem sua magia. O diretor Peter Watkins cria caricaturas (especialmente dos grotescos vilões) que parecem saídos de um filme de Federico Fellini. E algumas músicas são realmente bem boas. Outra grande atração para um adolescente de 14 anos como eu era a bela modelo-atriz Jean Shrimpton, a única personagem "humana". Aqui está a versão integral de Privilégio (sem legendas):

Comentários

Unknown disse…
Oh, mon Dieu, Jean Shrimpton...
Auro Lucio disse…
Dagomir, cheguei ao seu blog procurando uma capa para o DVD do Privilégio, que acabo de gravar, com legendas. Também vi o filme no Bijou - eu já tinha 20 anos - e também babei pela Jean Shrimpton. Mas o que me marcou, na época - era e sou beatlemaníaco e músico - foi o retrato de uma transformação que ocorria. A música como canalizador do pensamento da juventude. O perigo do comunismo (o discurso do banqueiro, na sacada, para o cantor, é fascisticamente magnífico), os conluios entre empresários, políticos e IGREJA para manipular e ter lucros... o ostracismo do cantor quando ele tem uma crise de individualismo (me lembrou o Admirável Mundo Novo), o show nazista no estádio (os big shows estavam apenas começando), enfim, a antecipação de algo que hoje é O normal: todas as manifestações "artísticas", esportivas, etc são PRODUTOS. Como tal, gerenciados e vendidos. A três dias das eleições, vemos que também projetos e candidatos (as) não passam de sabão em pó, vendidos por publicitários. Estou gostando do seu blog! Se vc quiser o DVD com legendas, me mande um email e te envio. Abraços. Auro Lúcio (aurolucio90@gmail.com)
Dagomir Marquezi disse…
Auro: obrigado pelo comentário. Sabe que na época eu também fiquei impressionado com esses aspectos mais políticos do filme. Mas com o tempo o que ficou na lembrança foram as músicas do filme. Aquela banda que acompanhava o protagonista era muito boa (mesmo que fosse dublagem de músicos de estúdio). Ficou na memória também a Jean Shrimpton, mas a extrema magreza dela (com jeito de anorexia) me dava uma certa aflição. Parecia que ela ia quebrar em cena! Aceito o DVD sim, obrigado. Vou te mandar um email. Obrigado, e um abraço!

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