36 anos com os Aliens


Jamais vou me esquecer do dia em que fui apresentado ao monstro gosmento do primeiro filme Alien, em 1979. Voltei do cinema em estado de choque. Não conseguia dormir com a imagem daquele peito (de John Hurt) explodindo e daquela boca dupla se esticando cheia de baba oleosa. Tive que ler uma matéria sobre os bastidores do filme para deixar claro que aquele pesadelo cinzento era um faz-de-conta cheio de truques. Ridley Scott virou instantaneamente um dos meus diretores favoritos.

Passei os últimos 38 anos acompanhando os filmes (e dispensando coisas do tipo "Alien versus Predator"). Li o livro Dan O'Bannon que deu origem à série, e ele me deixou ainda mais perturbado por alguns detalhes horríveis. Adorei Aliens (do grande James Cameron, em 1986), achei Alien 3 (1992) razoável, e mal me me lembro de Alien: Resurrection (1997). Fiquei impressionado pelo aspecto visual e pelas possibilidades levantadas por Prometheus (2012).

Ontem assisti o mais novo filme da série: Alien: Covenant. Tentei não me influenciar pelas críticas negativas, mas saí meio decepcionado. O filme me pareceu próximo demais ao original de 1979, com uma ou duas variações. O pior foi o que fizeram com relação aos "Engenheiros", os humanóides avançados que surgiram em Prometheus. Eles poderiam dar algumas respostas, explorar novas possibilidades. Infelizmente em Covenant (e aqui vai um SPOILER) eles apenas servem como objeto de um massacre meio gratuito sem o direito a uma única cena construtiva.

De qualquer jeito, Ridley Scott continua um gênio da linguagem cinematográfica. E eu nem penso em perder o próximo episódio dessa longa saga.


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