Meu tio Carlito


A foto, tirada em janeiro de 1975  mostra meu tio Carlito tratando de seu vasto bigode. Nome completo, Carlos Alberto Marchesi, irmão do meu pai Decio. Foi o parente que me empurrou definitivamente para o jornalismo, quando eu ainda era um garotinho de calças curtas. 

O Carlito era o diretor de um jornal da cidade de Barra Bonita (SP). Um dia, ele me levou para conhecer a redação, ainda na década de 1960. Foi uma visita ao old school da imprensa, num tempo de muito sacrifício, onde cada letra de cada página era transformada em chumbo e tinha que ser encaixada num aparelho chamado linotipo. 

Nessa época esse tio de bigodão e cara de gozador me arrastou também para uma reunião de cúpula da melhor emissora brasileira da época, a TV Excelsior, onde conheci de perto os grandes astros das novelas da época. O Carlito também teve uma conversa inesquecível comigo sobre a estupidez de me envolver com extremismo político - o fantasma que me assombrava na época.

Eu nunca, jamais, vou me esquecer das gargalhadas que esse meu tio provocava com suas piadas infames e certeiras. E do incentivo que ele me deu para que ganhasse a vida escrevendo. Como ele. 

Maio de 1952. Casamento dos meus pais. Da esquerda para a direita: meu tio Carlito, minha avó paterna Angelina Massarelli, meu pai Decio, minha mãe Dirce, minha avó materna Consuelo e meu avô materno, Gabriel.

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