Livros: o fim dos intermediários?
Outro dia mandei o original de um livro juvenil para uma grande editora brasileira. Esperei a resposta durante 8 longos meses. Aí pedi uma definição. Eles passaram esse tempo todo para me responder: "não nos interessa". Mandei para outra grande editora. Recado: "vamos ler, mas caso seja aprovado só poderá ser lançado em 2013".
Estou lendo um livro muito interessante chamado The Shelfless Book, de Bob Mayer e Jen Talty. Eles passam logo no começo uma mensagem simples, direta, e brutalmente verdadeira: "Escritores produzem, leitores consomem. Todo o resto (agentes, avaliadores, publishers, gráficos, vendedores, divulgadores) é intermediário". Dão uma boa notícia: com o livro digital, o escritor pode publicar em casa e vender em escala global sem depender de mais ninguém. (Detalhe: se quiser publicar sem intermediários, o escritor vai ter que assumir toda a cadeia produtiva, da edição à divulgação e vendas).
Funciona? A CNN mostrou outro dia uma reportagem com uma jovem autora dos Estados Unidos especializada nesses livros de vampiros adolescentes. Ela foi rejeitada por nada menos que 16 editoras. Resolveu lançar por conta própria em versão digital. E ganhou (até a data da matéria na CNN) 2,5 milhões de dólares em vendas.
Agora mesmo estou com um original numa editora "de papel" (Livros de Futebol), chefiada por um editor dinâmico e antenado. Fora isso, não tenho mais ilusões com a industria editorial tradicional. Que, segundo previsões dos especialistas, vai privilegiar cada vez mais quem já é best-seller. Tenho pressa, e sei para onde o futuro aponta.
Comentários
Incialmente, eu tinha imprimido em uma gráfica nos Estados Unidos. Para a segunda, consegui uma no Brasil com a mesma qualidade e a mesma possibilidade de imprimir poucos exemplares. Também estou vendo para disponibilizá-lo no Kindle e em outros apetrechos.
Abraços.
O livro virtual (e-book) é uma realidade nos países anglo-saxões...
Nos EUA o virtual já domina mais de 50% do medrcado; na Inglaterra por volta de 35%. Já nos de origem latina (Portugal, França, Itália, Espanha)o livro virtual ainda representa muito pouco do mercado editorial (menos de 10%).
Estes dados li (não me lembro a fonte) numa matéria sobre a feira de livros na Frankfurt-Alemanha/11.
O mercado brasileiro é quase inexistente em relação ao e-book.
No entanto, vc tem toda a razão: o futuro nos trará boas novidades para o mercado editorial. Fora os intermediários!
abr
Maurício
(Gabriela Raupp)
http://tpmconstanteblog.blogspot.com.br/