Mi primo Diego Ruiz Rocca y la jeringa para crear monstruos
Meu primo Diego Ruiz Rocca era na verdade sobrinho da minha avó Consuelo. O Dieguito era espanhol, e tinha essa pinta de galã nos anos 1960. Sempre elegante, sempre bem vestido.
Além disso, tinha uma generosa paciência comigo. O Diego era desenhista/ilustrador, o que eu sempre quis. Então quando ele aparecia eu pegava minha caixa de lápis de cor e todos os papéis de embrulhar pão que pudesse juntar. Aí eu começava:"Faz um avião? Agora faz esse avião bombardeando um castelo? Agora faz um dragão cuspindo fogo no avião?"
Mas meu pedido mais constante era uma história de monstro. Era sempre a mesma: o Diego desenhava um homem normal levando uma injeção. Um dos braços crescia e ficava peludo, surgia uma segunda cabeça com três olhos, e assim por diante. Eu ficava fascinado, olhando para os desenhos que surgiam no papel de pão graças à magica do primo Dieguito. Ainda por cima era tudo narrado em espanhol. o que só aumentava a grandiosidade do espetáculo.
Nunca mais tive notícias do Diego. Se tivesse uma chance de falar com ele, diria: você foi a primeira pessoa a me tratar de igual para igual, a respeitar minhas opiniões mesmo que eu tivesse uns 7 anos de idade. Obrigado por isso. E por tantas injeções criadoras de monstros.
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