Meu filme # 1716: Lifeboat

Um diretor precisa ser louco para topar realizar este filme de 1944. Ou ser o Alfred Hitchcock.

A história foi escrita por John Steinbeck e roteirizada por Jo Swerling. Começa com os destroços de um navio mercante que acabou de ser afundado por um submarino alemão. No meio das dos cadáveres de marinheiros e civis, surge um bote salva-vidas com uma perua a bordo. Ela veste casaco de pele, tem a maquiagem perfeita e no seu pulso brilha um grande bracelete de diamantes.

É um daqueles pequenos momentos que fazem a fama de um filme. No bote vão subindo sobreviventes ingleses e americanos. E um oficial alemão. Metade dos sobreviventes quer devolver o nazista que os atingiu para os tubarões. A outra metade decide seguir o princípio cristão do perdão e chega a entregar ao inimigo o comando do bote.

Está aí o conflito. Esse pequeno grupo se perde no Atlântico sem água nem comida. O diretor precisa ser louco por ser um filme limitado a um bote numa grande piscina cinematográfica. O resto é telão de fundo, movimentos de câmera e alguns baldes de água na cara dos atores.

Hitchcock consegue. Existem alguns momentos constrangedoramente falsos. Mas o filme mantém a atenção e até os últimos segundos não sabemos onde ele vai parar. É o tipo de filme que os cineastas de hoje deviam assistir para entender como se faz um grande filme com um bom roteiro, um diretor lendário, um excelente elenco e um bote no piscinão.

UM BARCO E NOVE DESTINOS ("Lifeboat") - DVD Fox Classics - Tela 4X3 - Dolby Digital 2.0 - 96 minutos

Comentários

Postagens mais visitadas