Conversa com um mito

Às 16:55 de hoje percebi que tudo estava dando errado. Eu pretendia ligar pelo Skype e gravar a entrevista direto no computador. Por alguma razão, o microfone não funcionou.

Às 17:02 peguei meu telefone normal e liguei para um hotel de Curitiba. Pedi o quarto 616. Atendeu um senhor de voz grave e ligeiramente anasalada. "Mister Anderson?", perguntei. "Yes, it's me", respondeu a voz.

Esperava dar de cara com algum assessor chato, mas o próprio Ian Anderson, o grande flautista e violonista, o grande compositor, o homem que está nos palcos desde os tempos de Jimi Hendrix, o dono de uma vasta obra que vai do blues ao folk, do jazz a peças eruditas atendeu o telefone pessoalmente.

Ele me deu 10 minutos. Consegui 20. Ele falou da chatice que é o "mundo glamuroso do rock", falou da morte de grandes músicos (Herbie Mann, Frank Zappa), da grande influencia de Heitor Villa-Lobos na sua formação como compositor. Falou da vida, da morte e dos seus "quatro gatos e meio". Foi paciente, falou bastante e esperou que eu terminasse a entrevista. (A minha vontade, claro, era de segurar aquela ligação por horas).

Desliguei muito feliz pela oportunidade rara. Aí está um verdadeiro genio da música contemporânea. No fim-de-semana, ele e o Jethro Tull tocam em São Paulo. Estarei lá, babando como um bom fã.

PS - a princípio, a entrevista vai ser publicada na VIP.

Comentários

Michel Ribeiro disse…
Olá Dagomir.
Pena que você não conseguiu gravar, mas tudo bem, leio na Vip.
E como anda aquele projeto de seu livro com as colunas da Info? Estou super ansioso. Abraço!

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