Confissões de um pedestre
Meu nível de felicidade aumentou muito quando eu vendi meu último carro. E isso aconteceu há pelo menos 3 anos. Minha saúde desde lá deu um salto de qualidade.
Eu sei, existem desconfortos na vida de um pedestre. E muito perigo. Mas eu prefiro assim. Então minha vida fora de casa consiste em andar (muito), geralmente com fones de ouvido tocando música ou podcasts. E muitas conexões com o sistema de transporte coletivo.
Tenho sorte de morar perto de uma estação de metrô de São Paulo. Em 20 minutos posso estar do outro lado da cidade enquanto os carros se atravancam lá em cima. Tendo minha própria empresa, procuro administrar meus horários de forma a evitar os horários de pico, quando os ônibus e metrôs ficam lotados.
A vida poderia ser ainda melhor para pedestres e não-pedestres se os brasileiros não tivessem destruido sua rede de trens de passageiros e bondes. Mas temos tempo para uma reconstrução. Vai depender de vontade e foco. A mobilidade da população deveria ser uma das prioridades políticas e administrativas. E isso deveria estar acima de ideologias e partidos.
Sonhar é de graça. E nos meus sonhos eu não ando de carro.
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