De volta ao inferno

Passei um bom tempo afastado do Facebook, uma rede social que nunca foi minha favorita. E cometi o erro de voltar a ela pouco mais de uma semana antes do primeiro turno das eleições. Deveria ter entrado com máscara, aquelas de enfrentar contaminação radiativa. O Face, que sempre foi tóxico, anda irrespirável. O fanatismo político brota ali como bolhas de gás0 quente no alcatrão. Não se vê defesa de ideias, mas um estoque inesgotável de bílis - agressões, provocações, patrulhagem, pragas e um espírito de imitação que desanima aqueles que gostam de originalidade.

O Face virou o registro de que pessoas podem atravessar décadas de vida, anos preciosos que poderiam ser aproveitados para uma evolução espiritual e um aperfeiçoamento da mente. Mas para muitos foram décadas que, pelo menos politicamente, nada foi aprendido, nada foi pensado, nada foi refletido. E mais doloroso foi ver amigos e amigas que tinham algum espírito crítico mergulharem de cabeça no lago da mesmice em busca de aceitação e sensação de pertencimento.

Sejam quais forem os resultados das próximas eleições: farei o possível para mantar velhas amizades. Dos meus amigos e amigas, quero saber como estão de saúde e não se são de esquerda ou de direita.



 

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