Um barco navega pela minha memória afetiva



A memória afetiva é uma das nossas instituições pessoais mais sólidas. Certas marcas ficam lá, impressas a ferro e se negam ao esquecimento. O filme Cidadão Kane sintetizou isso perfeitamente com a imagem do trenó Rosebud. Existem cenas, sons, cheiros que nos remetem à proteção da infância, aos pequenos prazeres que mudaram nossas vidas, etc.

Outro dia tive uma reunião de trabalho na editora Bamboo e na estante estava esse livro acima. Minha memória deu um salto de meio século para trás e lá estava eu na sala com esse livro na mão, esperando minha mãe fazer o jantar. Ele pertencia a uma coleção chamada O Mundo da Criança. Eram livros temáticos, escritos nos EUA com complementações brasileiras. Nunca pedi uma bicicleta para meus pais, mas era capaz de cair de joelhos no tapete da sala implorando por uma nova coleção de livros. E eles sempre davam um jeito. Eu devorei Conhecer, Grandes Vocações, Curiosidades e o que viesse. 

Embaixo, a página de abertura da coleção, outro patrimônio visual indestrutível da minha memória afetiva.

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