Whiplash e todo esse jazz


Passei o dia com Whiplash - Em Busca da Perfeição na cabeça. Por várias razões. Primeiro por ser um pequeno grande filme, com excelente roteiro e direção de Damien Chazelle, um cara que mal completou 30 anos de idade e já tem estilo veterano. A dupla central de atores (Miles Teller e J K Simmons) gerou uma performance daquelas para ser revista muitas vezes. É o tipo de filme que se eu encontrar sendo reprisado na TV, não vou resistir a dar mais uma olhada.


Whiplash significa ainda mais para mim. O garotão Andrew me lembrou dos meus tempos de adolescente quando era um fanático por jazz. Os primeiros shows que assisti foram de Oscar Peterson, Earl Hines, Art Blakey e outros gênios que passaram por São Paulo no momento certo da minha vida.

Mas o filme mexeu comigo também por ter como centro das ações uma bateria. Eu já fui um baterista amador que começou no rock e se mudou para o funk. Mas em certos gêneros eu nunca me atrevi, pela extrema dificuldade técnica, muito acima das minhas possibilidades. O samba foi um deles. E tocar jazz sempre me pareceu uma tarefa impossível. Aquilo é complexo demais, e não é a toa que meu baterista de jazz favorito seja Ed Thigpen (ex-Oscar Peterson Trio). Justamente por ter simplificado a linguagem do instrumento para que até um leigo como eu pudesse entender mais ou menos como se faz.



Whiplash não trata de amadores, mas do topo da formação musical entre os profissionais do jazz dos EUA. O filme é terrível, difícil de ver. Fletcher é o professor dos infernos que eu (graças a Deus) nunca tive. E mesmo assim, daquela tensão explosiva entre professor e aluno acaba fluindo o melhor jazz.

Para quem ainda não assistiu. este é o trailer:

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