Os Mamonas, 20 tristes anos depois


Há 20 anos eu fui acordado pelo meu filho com a trágica notícia da morte dos Mamonas Assassinas. Eu já era fã dos caras. Achava o único CD lançado por eles uma obra prima da história da música brasileira - e continuo achando, cada vez mais.

Dez anos depois, em 2006, eu estava completamente envolvido com essas 5 almas, escrevendo o roteiro de um longa metragem para uma produtora de São Paulo. Entrevistei todos os envolvidos com os Mamonas - familiares, amigos, empresários, produtores, etc. Foi um longo processo, que gerou um roteiro grande o suficiente para uma minissérie. Mas a produtora não teve a capacidade de concretizar o projeto. Pelo menos conseguiu lançar um documentário, com boa parte das entrevistas feitas por mim.

Hoje, vinte anos depois daquele trágico domingo, me sinto frustrado (pelo filme que não saiu) mas recompensado pela reflexão de Luiz Felipe Pondé na Folha de São Paulo. Ele mostra o quanto o país piorou nesses vinte anos. Da alegria dos tempos dos Mamonas viramos um país odioso, onde a liberdade de pensamento e criação é massacrada por patrulhas ideológicas. Como ele mesmo disse, "se os Mamonas Assassinas aparecessem hoje provavelmente, não teriam carreira. Algum membro do Ministério Público careta e autoritário teria proibido muitas de suas letras em nome do bem e do 'respeito' a algum grupo de ressentidos".


Minha música favorita dos Mamonas é "Cabeça de Bagre II". Lá eles profetizam com ironia nosso futuro idiotizado, controlado por "intelectuais progressistas":

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