E o Marco partiu


É uma piada clássica de família desejar que os parentes se encontrem, mas não em algum velório. Pois hoje eu encontrei meus familiares do lado paterno num velório - e foi muito bom. Quem faleceu foi meu primo Marco Antonio Dorini, e a única foto que eu tenho com ele sumiu. Mas um dia eu vou achar.

Marco, filho da minha queridíssima tia Marlene com o tio Alcides, nasceu com uma deficiência cognitiva que marcou sua vida para sempre. Ele foi uma eterna criança, e nossa única ligação mais forte era a paixão pelo Palmeiras. Se eu pudesse agradecer o primo Marco e outros dois tios com deficiência (Roberto e Mingo) eu diria que eles me deram uma nova dimensão de humildade. Eram pessoas sem vaidade, sem maldade, e viviam em seus mundos fazendo com que eu reavaliasse constantemente o meu mundo e meus conceitos. Eu consegui ter uma comunicação maior com meu tio Mingo, que me chamava simplesmente de "sobrinho" e mostrava muito orgulho dessa situação com seu olhar penetrante. O tio Roberto era bem mais difícil de ser acessado. Ele me chamava de "Vaidormir".

E o velório/enterro acabou sendo uma festa de reencontro familiar, cheia de amor e carinho uns pelos outros. Oferecimento de Marco Dorini. Jamais será esquecido.

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