Alvin Lee (1944-2013)


Uma foto numa edição da revista Manchete ajudou a mudar minha visão de mundo.

Era 1968, eu estava lendo uma matéria sobre o festival de jazz de Monterey na California. Lá estavam alguns dos maiores jazzistas de todos os tempos - Dave Brubeck, Stan Getz, Milt Jackson. E no meio deles um jovem cabeludão chamado Alvin Lee.

Naquele tempo as coisas não se misturavam muito. Jazz era jazz. Rock era rock. E a  imagem  daquele roqueiro com o símbolo da paz na sua guitarra vermelha não combinava muito com os "velhinhos" que tocavam piano e saxofone em roupas mais convencionais. 

Algum tempo depois assisti no cinema sua banda Ten Years After incendiar o festival de Woodstock com a simplicidade básica de I'm Going Home. Comprei todos os seus discos. Neles havia rock e neles havia jazz e blues. Aprendi aos 15 anos com aquela foto da Manchete que misturar era melhor.

O Ten Years After conheceria o auge e o esquecimento. Alvin Lee seria mais conhecido como o "guitarrista mais rápido do mundo", e logo abandonado na categoria "dinossauros do rock". Ontem ele faleceu durante um exame de rotina. Sua guitarra vermelha está calada. E a gente não pode deixar de chorar de vez em quando.




Comentários

Augusto disse…
Triste notícia, Dagô. Sou fã, muito fã do Alvin Lee. E do TYA. A geração destes caras é precursora e inovadora e sua arte continua formando gerações de músicos até hoje. É claro que falo nisto pesando num nicho do nicho, a rockeirada brasileira. Mas há uma molecada que conheço e que curte o Alvin Lee e outros. É pena. Quanto a sua postagem do disco do Billy Cobham nestes dias, o Spectrum, lembro você que conheci o vinil em sua casa na Américo Brasiliense. E é obvio, tenho o CD. Good Times, good vibes e algumas notícias tristes... Saravá!
Unknown disse…
A corda, infelizmente, rebentou Dagô!

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