A magia da caixinha branca

Foto: Dagomir Marquezi

Outro dia passando por uma loja de antiguidades do bairro dei de cara com este rádio. O brechó então sumiu, e eu tinha 8 anos e fazia lição de casa na mesa de fórmica vermelha da cozinha. Era fim de tarde. Minha irmã ainda era um bebê no cadeirão. Minha mãe providenciava o jantar. 

Aí eu dava um intervalo na lição e ganhava meu Ovomaltine gelado com biscoitos São Luis. E nesse rádio branco Standard Electric começava mais um capítulo de alguma radionovela da Radio São Paulo. Em 1300 quilohertz - exatamente como sintonizado nesse rádio do brechó. Era o momento de viajar pelos diálogos sem rosto em cenários sem forma.

Era o que eu tinha, esse Standard Eletric AM, com dois botões e uma lampadinha no dial. Estava meio engordurado pelos anos na cozinha. Mas nunca quebrou. E nunca soube o tamanho da gratidão que eu tinha por ele.

Comentários

Divanir Marquezi disse…
Doeu, Dago! Fora a Dirce costurando na Eduardo Souza Aranha, ouvindo Hebe Camargo!

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