Europa de Trem 2010 - Capítulo 7


Gotemburgo - Copenhagen


Este foi o trem que me levou à Dinamarca. Lindo por fora. Mas decepcionou por dentro. Rumamos para o sul e a neve só aumentava. O serviço de bordo era bem ruinzinho. E a cada parada o condutor dava dois avisos desagradáveis: 1) em virtude das condições meteorológicas ele não garantia que chegaria ao final da rota, Copenhagen. 2) todos os banheiros estavam fora de uso. 


Quando chegamos a Malmö, o trem estacionou e todos seus funcionários deram no pé. Ficamos no suspense por algum tempo. 15 minutos depois uma nova equipe chegou. E o trem seguiu em frente para atravessar a grande ponte Oresund (7,8 km) que nos levou até Copenhagen. 




Fiquei no City Hotel Nebo. Meu quarto equivalia ao armário de um bom hotel. O banheiro era coletivo. Mas tinha uma grande vantagem: estava a meio quarteirão da estação central, essa aí de cima. E a estação equivalia a um pequeno shopping, com lanchonetes, farmácia, posto de câmbio, etc. 




Na manhã seguinte encontrei todas as possíveis atrações fechadas para o inverno (inclusive o famoso parque de diversões Tivoli, vizinho da estação). Dei minhas voltas pelas redondezas enfrentando o frio impraticável. Esta estátua acima é do grande escritor Hans Christian Andersen, e fica na avenida com seu nome. Em lembrança ao meu amigo Ricardo Soares, cruzei Copenhagen para conhecer Cristiania, a última comuna hippie "oficial" do mundo. O muro na entrada prometia:




Cristiania é uma parte autônoma de Copenhagen, e a polícia não entra lá. Reúne comunas, postos de venda de comida orgânica, restaurantes alternativos. (Extra-oficialmente, lá funciona também o ponto de venda de maconha da cidade). Pelo menos no inverno Cristiania é um lugar feio, triste e hostil. As vibrações que encontrei foram pesadas. Saí rapidinho.


E assim foi meu dia meio frustrante na capital da Dinamarca. Antes de chegar, conheci ainda no trem uma professora (originária do Caribe) e contei a ela que estava escrevendo o guia. Mesmo não sendo uma nativa, ela me pediu com toda seriedade: "quando você for escrever, não seja muito rigoroso com as condições que você está encontrando. E volte na primavera porque isso aqui fica lindo demais..."

Fotos (c) Dagomir Marquezi 2010
O autor viajou a serviço do Guia Europa de Trem, da editora Abril. Apoio: Bergamo Turismo e Eurailpass

Comentários

Well... posso dizer que a polícia SIM tem licenca para entrar em Cristiania. E na realidade rola mais a venda de haxixe que marijuana por lá. Anyway, voltando uma próxima vez, me de um alô e te mostro o lado "primaveril" do sul da Escandinávia:)
Lycka till med resan!
Dagomir Marquezi disse…
Carolina: obrigado pela informação. O que eu li a respeito foi que era Cristiania era um território meio autônomo. E que o problema maior deles não era com a polícia, mas com traficantes profissionais. Eles tentavam manter um low profile no comércio. Havia um bom movimento de compradores quando passei lá. Jeg regner med dig til næste eventyr.
Ricardo Soares disse…
impérialixxxxxxxxxxxxxxxxxtaaaaaaaa...adorei a lembrança sem citação ao nome... não imaginava ser eu esse amigo mas me senti homenageado...aquele abraço...
Dagomir Marquezi disse…
Amigo Badedas: já coloquei seu nome. Se não fosse você eu nem saberia que aquele lugar existia.

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