5 anos de Oeste
Esta semana participei de um jantar de comemoração dos cinco anos da revista Oeste. Em poucos lugares que trabalhei na vida (e trabalhei em muitos!) me senti tão à vontade, entre pessoas muito amigas.
Entrei na Oeste como colaborador, quando o empreendimento tinha uns seis meses de vida. Como era época de pandemia, eu não ia até a redação, apenas mandava minhas colunas semanais para o editor Kaike Nane. O Kaike saiu e fui convidado pela sua sucessora, Branca Nunes, a assumir o cargo de repórter especial da revista.
Não me esqueço da minha reunião de pauta, numa salinha com Branca, o publisher Jairo Leal, José Roberto Guzzo, Paula Leal, Sílvio Navarro e Augusto Nunes. A sede era composta por mais três salinhas (e um único banheiro) no Conjunto Nacional da Avenida Paulista. Numa sala ficava a administração, a outra era um micro estúdio de vídeo e havia uma "redação" onde cabiam duas pessoas.
A Oeste cresceu, e muito. Hoje ocupa três conjuntos no mesmo edifício. Deixou de ser apenas uma revista para se tornar uma empresa de mídia. Sua programação de vídeo está próxima de completar 24 horas, via YouTube. Eu mesmo tive a chance de comandar um podcast, o OesteCast, a convite do Jairo, que durou 69 programas. E minha coluna na Revista Oeste continua firme, geralmente tratando de tecnologia, às vezes entrando no campo da cultura pop.
A Oeste virou mais do que um emprego. Hoje é uma atitude de quem não se submete a um regime que compra a mídia com verbas oficiais. Sinto imenso orgulho de fazer parte desse barco quase isolado de dignidade. Não concordo com tudo o que é feito lá. Tenhos discordâncias políticas e editoriais. Mas permaneço firme numa empresa que me aceita como eu sou.
Fui afastado (e me afastei) de amigos e amigas de décadas, que passaram a me condenar por trabalhar em uma revista de "extrema direita" ou de "ultra direita", dependendo da versão. Que sejam felizes e leiam os órgãos oficiais. Outros amigos e amigas, esquerdistas, continuam me aceitando sabendo que posição política não deveria se misturar com amizade.
De uma coisa tenho muito orgulho: meu primeiro emprego em jornalismo foi num jornal "alternativo" chamado Movimento, ligado à extrema esquerda, que desafiava o regime militar. Como agora, eu também tinha altas discordâncias, editoriais e políticas. A coerência tráz conforto para a alma.
Longa vida à Oeste.
5 Years of Oeste
This week I attended a dinner celebrating the five-year anniversary of Oeste magazine. There are few places I have worked in my life (and I have worked in many!) where I have felt so comfortable, among such friendly people.
I joined Oeste as a contributor when the company was about six months old. Since it was a pandemic, I didn't go to the newsroom, I just sent my weekly columns to the editor Kaike Nane. Kaike left and I was invited by his successor, Branca Nunes, to take on the role of special reporter for the magazine.
I will never forget my editorial meeting, in a small room with Branca, the publisher Jairo Leal, José Roberto Guzzo, Paula Leal, Sílvio Navarro and Augusto Nunes. The headquarters consisted of three more small rooms (and a single bathroom) in the Conjunto Nacional on Avenida Paulista, in Sao Paulo, Brazil. One room was the administration, the other was a small video studio and there was an "editorial office" that could fit two people.
Oeste has grown, and a lot. Today it occupies offices in the same building. It has gone from being just a magazine to becoming a media company. Its video programming is almost 24 hours long, via YouTube. I even had the chance to host a podcast, OesteCast, at Jairo's invitation, which lasted 69 programs. And my column in Revista Oeste is still going strong, usually covering technology, sometimes getting into pop culture.
Oeste has become more than a job. Today it is an attitude of those who do not submit to a regime that buys the media with official funds. I am immensely proud to be part of this almost isolated boat of dignity. I do not agree with everything that is done there. I have political and editorial disagreements. But I remain firm in a company that accepts me as I am.
I was distanced (and distanced myself) from friends of decades, who began to condemn me for working in a "far right" or "ultra right" magazine, depending on the version. May they be happy and read the official publications. Other leftist friends continue to accept me, knowing that political views should not be mixed with friendship.
I am very proud of one thing: my first job in journalism was around 1979 at an "alternative" newspaper called Movimento, linked to the far left, which challenged the military regime. As now, I also had strong disagreements, both editorial and political. Consistency brings comfort to the soul.
Long live Oeste.
Comentários