Europa de Trem 2010 - Capítulo 11


Paris - Marselha - Paris


No meu plano de viagem para escrever o guia Europa de Trem eu tinha uma meta em especial a cumprir. Queria provar como trens de alta velocidade são ideais para viagens a média distância. Com o Eurailpass na mão, reservei passagem de ida e volta entre Paris e Marseille, que fica a mais ou menos 700 km de distância. A reserva ficou em míseros 6 euros.



Minha proposta era almoçar em Marselha, que fica do outro lado do país, na costa do Mediterrâneo. Saí da gélida Paris a bordo do mundialmente famoso TGV. Ele era muito melhor do que eu podia imaginar. Confortável nos seus dois andares, com a decoração discreta mas muito bem desenhada. A 350 km por hora atravessei a "França profunda". Pela janela passavam as fazendas, as chácaras, as cidadezinhas minúsculas com uma igrejinha no topo da colina. Tudo ficou ainda melhor com uma tábua de queijos e uma garrafinha de vinho merlot. Preço: 15.




3 horas separaram a gélida Paris do calor de Marselha. Não tive tempo para muita coisa e troquei o almoço por um sorvete na calçada do Vieux-Port. Conheci o "centrão" da cidade (com a forte presença argelina) e voltei para a bela estação. No finzinho da tarde estava de volta ao TGV. Em 3 horas eu jantava em Paris.


E chegava a hora de encerrar a viagem. Eu tinha uma última etapa a cumprir.





Fotos (c) Dagomir Marquezi 2010
O autor viajou a serviço do Guia Europa de Trem, da editora Abril. Apoio: Bergamo Turismo e Eurailpass

Comentários

Anônimo disse…
Dagomir
Quem me dera nós tivessemos por aqui trens de longa distancia, que atravessasse o país...Agora estão discutindo sobre o Trem Bala ligando o Rio a São Paulo e Campinas, mas não chegam a um consenso. Os tucanos não querem e os petistas querem...Diacho de país em que os interesses politicos são maiores que as necessidades. Eu sou a favor. Mas o projeto não deslancha. Afinal o que é que acontece?Para você que gosta de trens , tens uma opinião?
ab
joão antonio
Dagomir Marquezi disse…
JA:

Eu acho que não é uma questão política. É uma opção técnica a se fazer. Claro que eu adoraria ter esse trem bala entre Campinas e o Rio. Mas pensa se tivessem destruído todas as rodovias do país e agora o governo decidisse fazer uma única estrada SP-RJ, de dez pistas, uma autobahn, tudo moderníssimo e o resto continuasse na pindaíba. Como o TAV é caríssimo, então é apostar todas as fichas num único número. Eu preferia que se usasse o dinheiro para recuperação da malha ferroviária de passageiros pelo Brasil par que a gente pudesse viajar para Ribeirão Preto, BH, Porto Alegre, e não só para o Rio. Mas eu conheço o país onde vivo. No final provavelmente ficaremos sem nada. Nem trem-bala, nem o resto.

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