Os amores de Emiliano Ribeiro
Há um ano atrás eu estava no Festival de Paulínia acompanhando a equipe de Dores e Amores. Apareceu esse baixinho da foto e se apresentou como Emiliano Ribeiro, um dos produtores executivos do filme. Surgiu como um velho amigo, dizendo que admirou (à distância) o jeito ("sem ego") como trabalhei no roteiro. "Vim aqui entre outras coisas para te conhecer", disse ele. E quem resiste ao sorrisão desse homem? Passamos os dias de Paulínia andando de um lado para o outro no meu carro trocando idéias e possibilidades futuras. Falamos também de filhos e das mulheres em nossas vidas. Era daqueles caras que te fazem dirigir mais devagar para esticar o papo.
Depois do festival trocamos muitos emails. Tentamos a princípio um "projeto espírita", que não aconteceu. Depois ele me convidou a trabalhar na adaptação de uma peça chamada Fulaninha e Dona Coisa (de Noemi Marinho) para longa metragem. Eu escrevi a parte que se passava além dos limites da peça. O Emiliano disse que ia inserir a peça em si e a gente assinaria o roteiro conjuntamente. Logo depois anunciou publicamente pelo Facebook que ele e a mulher Karla Hansen estavam "grávidos". Sua alegria com a notícia era contagiante.
Há dois dias Emiliano Ribeiro faleceu dormindo (aos 63 anos). Karla ficou tão chocada quando acordou e descobriu que morreu logo depois, com o festejado filho. Prefiro pensar que partiram juntos. Emiliano, seus amores e seu sorriso.
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